


Conscientizar para a preservação e a conservação das abelhas. Com esse objetivo, a Emater/RS-Ascar apresenta na 45ª Expointer o Caminhos do Mel, com destaque para a Apicultura e a Meliponicultura, ou seja, a criação de abelhas nativas sem ferrão. Com ou sem ferrão, as abelhas fazem sucesso na Feira, que acontece até domingo (4/9), no espaço Casa da Emater, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. No espaço também é possível conferir os produtos e serviços da Associação dos Meliponicultores do Vale do Alto Taquari (Amevat) e da Associação Gaúcha de Meliponicultura (AGMel), e meliponários.
Ontem (30/8), muitos estudantes de todas as regiões do Estado circularam pelo espaço da Emater, que apresenta a Apicultura e a Meliponicultura entre as 15 temáticas que fazem parte das ações de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) que os extensionistas desenvolvem junto aos agricultores familiares gaúchos .
No Caminhos do Mel, o visitante percorre por entre as caixas/casas das abelhas nativas sem ferrão, conhecendo as espécies Jataí, a mais conhecida das espécies melíponas, além da Mirim-Guaçu, Manduri, Tubuna, Iraí, Mandaçaia e a Guaraipo. Há também caixas das espécies Plebéia (emerina, remota, nigiceps e droryana), Tetragonisca (angustula), Melipona (tórrida e a quadrifasciata) e a Scaptotrigona (tubiba, depilis e bipunsctata).
COLÉGIOS AGRÍCOLAS
No espaço da Apicultura, Henrique Rodrigues, de 16 anos, Nathuane Santos, 16 anos, e Jura Silva, de 15 anos, entre outros jovens de Palmares do Sul e de Bacupari, no Litoral Norte do Estado, que estudam na Escola Técnica Ildefonso Simões Lopes, de Osório, entrevistaram o engenheiro agrônomo e extensionista da Emater, Gladimir Ramos de Souza. Curiosos e atentos, conheceram sobre a história da Apicultura no RS, os equipamentos necessários para desenvolver a criação de abelhas exóticas Apis africanas.
"Nosso tema de trabalho de aula é analisar como as espécies de abelhas e de aves vivem sob o efeito dos agrotóxicos", destaca o estudante Henrique. "Estamos lendo o livro A Primavera Silenciosa (de Rachel Carson), pesquisando os capítulos que tratam sobre Biologia, Agronomia e Zootecnia, e avaliando como estão os enxames de abelhas em áreas de agricultura intensiva", complementa Nathuane. "Os agrotóxicos estão extinguindo e colocando em risco as espécies nativas e as exóticas. Nos chamou a atenção que os técnicos e extensionistas nos atenderam muito bem, disponibilizando informações e nos auxiliando. Eles conhecem", elogia a estudante Jura.
Do outro lado do Estado, o casal Aline Fabrício da Rosa, 41 anos, e Sérgio da Silva Ochoa, 46 anos, de Garruchos, também visitaram o espaço Caminhos do Mel. Eles estudam na Escola Técnica Achilino de Santis, de Santo Antônio das Missões, distantes 64 quilômetros, percorridos diariamente. "Não tivemos oportunidade de terminar os estudos e agora, após seis anos de casados, decidimos voltar a estudar e aperfeiçoar nossos conhecimentos, para qualificar a produção na propriedade dos pais da Aline", explicou Ochoa, que pretende criar abelhas e desenvolver um projeto de reflorestamento rural nas matas ciliares com espécies nativas, implantando um pomar diversificado entre as árvores. "Vamos concluir o curso no final do ano", disse, feliz, Aline.
CONCURSO DO MEL
No Pavilhão da Agricultura Familiar, o Mel é um dos produtos que fazem parte do 10° Concurso de Produtos da Agroindústria Familiar além das categorias Vinho tinto de mesa seco, Suco de uva integral, Queijo colonial, Cachaça prata, Cachaça envelhecida, Salame tipo italiano e duas novas categorias: Linguiça de carne suína defumada e Doce de leite, e tem como Teste de aceitabilidade as categorias Cuca italiana e Cuca alemã.
Na categoria Mel, em que participam 12 amostras das agroindústrias familiares que fazem parte do Pavilhão da Agricultura Familiar, os critérios de avaliação são Textura, Aroma e Sabor, analisados por cinco jurados. O concurso do Mel aconteceu na tarde de ontem (30/8), no espaço de eventos, que fica na ala institucional do Pavilhão.
Os objetivos do concurso são estimular e incentivar a constante melhoria da qualidade dos produtos para a manutenção e abertura de mercados consumidores; incentivar os produtores à qualificação dos produtos e processos, destacando a importância da regularização dos estabelecimentos, tornando os produtos competitivos e aceitos no mercado formal; e promover e divulgar a qualidade dos produtos tradicionais da agroindústria familiar.
O concurso encerra nesta quarta-feira (31/8), sendo a divulgação dos vencedores das respectivas categorias, logo após a apuração das notas, na sexta-feira (2/9), às 10h, no Pavilhão da Agricultura Familiar.