


Inspirado em Malala Yousafzai, ganhadora do Nobel da Paz, uma jovem desafia as expectativas do pai e da vila onde vive para ter uma chance em uma competição escolar.
O Diário do Pescador parece o registro de outro mundo — e talvez seja mesmo. É difícil, é torturante acreditar que a civilização não tenha chegado a todas as terras do globo em pleno século 21; pior ainda é ter de admitir que essa é uma realidade que demanda esforços de toda a comunidade internacional para experimentar alguma mudança, mas que para ser mesmo efetivada tem de vir de dentro para fora.
Há alguma margem para esperança no filme de Enah Johnscott, contudo. O diretor de 39 anos abre a trama registrando o dia a dia dos habitantes do povoado de Menchum, um departamento do noroeste de Camarões, país no oeste da África Central. Na sequência, Johnscott detém a câmera sobre dois de seus patrícios, Diana Ekah e Solomon, e apesar do personagem de Kang Quintus ser o tal pescador do título, a protagonista da história é Ekah. Abandonado pela mulher, Solomon cria sozinho a filha Ekah que, aos 12 anos, é a responsável pelo serviço doméstico na casa humilde em que moram e por limpar os peixes que o pai traz do mar e vendê-los às moradoras do vilarejo.
O Diário do Pescador está disponível na Netflix.