


Neurologista do Hospital Sírio-Libanês explica que a enxaqueca é a dor de cabeça primária mais incapacitante e detalha fatores que influenciam a condição
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 40% da população mundial sofre com dores de cabeça. O neurologista do Hospital Sírio-Libanês, Carlos Eduardo Altieri, explica as causas da enxaqueca e fornece detalhes sobre como tratar a doença.
Altieri enfatizou que, embora a dor de cabeça seja comum, não deve ser considerada normal. "A cabeça não foi feita para doer", afirmou o especialista, destacando que algumas pessoas nunca experimentaram esse tipo de dor.
Segundo o neurologista, a enxaqueca é a dor de cabeça primária mais incapacitante, responsável por um prejuízo social, afetivo e de saúde imenso para os pacientes. Ela pode causar perda de dias de trabalho, oportunidades de lazer e até mesmo levar as pessoas a procurarem atendimento de emergência.
O especialista explicou que a enxaqueca não é simplesmente uma dor de cabeça, mas uma condição que altera a sensibilidade da região craniana. "É uma cabeça que dói", ressaltou Altieri, mencionando que pessoas com enxaqueca tendem a evitar situações que possam desencadear a dor, como usar bonés apertados ou cabecear uma bola.
Altieri abordou a relação complexa entre o café e a enxaqueca, descrevendo-a como um "caso de amor e ódio". Algumas pessoas experimentam alívio com o consumo moderado de café, enquanto outras podem ter crises desencadeadas pela bebida. O médico também alertou sobre a “enxaqueca do fim de semana”, que ocorre quando pessoas habituadas a tomar café diariamente interrompem o consumo nos dias de folga.
O bruxismo e o apertamento dos dentes foram mencionados como fatores que podem agravar a dor em pessoas com predisposição à enxaqueca. Altieri explicou que indivíduos com essa condição têm uma sensibilidade aumentada, tornando-os mais suscetíveis a dores intensas.
O neurologista ressaltou a importância da hidratação adequada na prevenção e no alívio das crises de enxaqueca. "Se você bebe pouca água e tem enxaqueca, você vai ter mais crises", alertou.
Por fim, Altieri fez um apelo importante: "Dor de cabeça tem tratamento, enxaqueca tem tratamento. Não é tomar analgésico todo dia sem parar".
Ele advertiu que o uso excessivo de analgésicos pode cronificar a dor e incentivou as pessoas a buscarem ajuda médica especializada, afirmando que existem tratamentos eficazes disponíveis para melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.