


Dividir a cama com o cachorro ou o gato virou uma prática comum em muitos lares. Para muita gente, dormir com o pet oferece conforto emocional, sensação de proteção e ainda fortalece os laços afetivos. Mas será que esse hábito é realmente saudável?
A resposta é: depende. A proximidade pode trazer benefícios reais para o bem-estar emocional de ambos, mas também exige atenção com a higiene, a saúde do animal e os impactos na qualidade do sono.
Dormir com o pet pode ser uma experiência emocionalmente positiva. O contato físico com cães e gatos durante a noite ajuda a reduzir os níveis de estresse, aliviar quadros de ansiedade e até amenizar sintomas de depressão. Para muitos tutores, a presença do animal traz uma sensação de acolhimento, conforto e segurança que melhora a qualidade de vida.
Além disso, compartilhar a cama fortalece os laços afetivos com o animal. O pet se sente incluído na rotina familiar e, em alguns casos, este acaba sendo o momento de maior proximidade durante os dias, especialmente em lares com uma rotina intensa de trabalho.
Apesar das vantagens emocionais, alguns pontos de atenção precisam ser considerados. Um dos principais riscos está no desenvolvimento da dependência emocional por parte do animal. Se o pet só consegue relaxar ou dormir quando está colado ao tutor, isso pode gerar problemas a longo prazo — como ansiedade de separação em viagens ou mudanças na rotina, por exemplo.
Outro aspecto importante envolve a qualidade do sono do tutor. Embora muitos nem percebam, o movimento dos animais durante a noite, assim como roncos, lambidas ou o simples medo de se mexer e machucar o pet, podem gerar interrupções constantes, prejudicando o descanso profundo e até favorecendo quadros de insônia.
Se você decidiu dormir com seu pet, saiba que manter a saúde e a higiene em dia é indispensável. Mesmo animais aparentemente saudáveis podem carregar parasitas como pulgas e carrapatos ou transmitir doenças como verminoses, micoses e infecções de pele.
Por isso, é fundamental manter a vermifugação em dia, usar antipulgas e carrapaticidas regularmente e garantir visitas periódicas ao veterinário. Também é importante dar banhos com a frequência adequada ao tipo de pelagem, escovar os pelos e manter as unhas do pet cortadas.
Já o ambiente precisa de atenção constante: lençóis, travesseiros e cobertores devem ser lavados com frequência. Cobertas muito pesadas podem representar um risco para animais de pequeno porte, e camas altas exigem o uso de rampas ou barreiras de proteção — especialmente para pets idosos ou com mobilidade reduzida.
No final das contas, dormir com o pet não é certo nem errado. É uma escolha que depende de cada família, do comportamento do animal e do estilo de vida do tutor. O essencial é que essa prática aconteça com responsabilidade, equilíbrio e consciência.
Se for uma experiência positiva para ambos e os cuidados de saúde e higiene forem levados a sério, não há motivo para afastar o pet da cama. Mas, se houver prejuízos no sono, sinais de dependência emocional ou riscos à saúde, vale repensar e buscar alternativas para manter o vínculo de outras formas.