


Como forma de garantir maior segurança e produtividade à produção de alimentos e produção de pastagens, a Emater/RS-Ascar elabora e assessora a implantação de projetos de irrigação, adequados a diferentes realidades, desde sistemas de gotejamento ou aspersão. Adequando-se à realidade e à necessidade de uma propriedade de Mato Queimado, adotou-se uma proposta de irrigação por gotejamento diferenciado, com baixo custo, contribuindo com a produção de alimentos para autoconsumo da família.
A construção da proposta foi realizada de forma conjunta pelo extensionista da Emater Bruno Alexandre Tosatto, pelo agricultor Telmo Luiz Nyari e pelo colaborador do projeto, Paulo Sérgio Lemos Heck. O primeiro desafio era promover o acesso à água por gravidade para que se pudesse viabilizar a irrigação na propriedade.
A água parte de uma represa da propriedade de Nyari para uma caixa d'água que fica no topo de uma coxilha de 12 metros de elevação topográfica, além de estar acima de um andaime de mais de três metros, totalizando 15 metros de altura do local onde está a caixa. "O sistema implementado aproveita a energia cinética da água e a transforma em energia mecânica, permitindo maior impulso. Esse impulso necessário sai de um carneiro hidráulico, bomba de Ariete, com um desnível de 1,42 metros entre a lâmina d’água do açude e ponto onde foi instalado o mesmo", explica Tosatto. A capacidade da bomba é de 2.448 litros por dia.
O carneiro hidráulico atua a partir da força da gravidade, sendo que a água é levada por um cano, sofrendo uma brusca interrupção, com capacidade de elevar a água em torno de seis a oito metros de altura para cada metro de desnível. A pressão gerada é suficiente para bombear água de um nível mais baixo para um nível mais alto, levando-a para o reservatório destinado à manutenção familiar ou dos animais.
Com essa possibilidade de acessar a água por meio do carneiro hidráulico, instalou-se a irrigação na propriedade de Mato Queimado, com mangas de gotejo que suprirão a necessidade hídrica da área de 2.500 metros quadrados, cultivada com alimentos de autoconsumo para a família Nyari, a exemplo de melancia, mandioca, feijão, amendoim, moranga e milho pipoca.
Com a elaboração e implementação do projeto, busca-se promover maior segurança e soberania alimentar, através da produção própria e diversificada de alimentos, mitigando os efeitos de períodos de baixos índices pluviométricos.