Estimular os visitantes para o resgate de sementes crioulas, suas perspectivas de uso, contribuindo assim para a sua preservação. Este é um dos objetivos da parcela temática da Biodiversidade, que está sendo apresentado no Espaço da Emater/RS-Ascar, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, durante a 45ª Expointer.

No local, extensionistas da instituição divulgam ao público um banco com mais de 40 tipos de sementes de milho, de feijão e de outras plantas ancestrais, cultivadas sem produtos químicos e utilizadas na alimentação, inclusive na gastronomia gourmet.

"Atualmente, com a correria do dia a dia, a gente tende a adotar poucas variedades alimentícias, o que também pode comprometer a segurança alimentar das famílias", avalia o extensionista da Emater Carlos Roberto D'Ávila Rocha.  "Nesse sentido, os visitantes podem conhecer e trocar sementes antigas como a do milho cunha", exemplifica Rocha. A intenção da parcela é a de valorizar o trabalho de propagação destes cultivos que podem também ser comercializados pelos agricultores, sendo alternativa de renda.

Junto ao estande, o público também pode conhecer variedades de Plantas Alimentícias Não Convencionais (Pancs), como bertalha, capuchinha, salada do padre, alho "macho", batata cará e outras. "Outra planta, esta nativa da América, é o porongo comestível, que era cultivado pelos índios no passado", comenta o extensionista. "Aqui, o que apresentamos é um material genético de valor quase incalculável, natural, sustentável e que é importante que circule o máximo possível", destaca.

Por fim, os visitantes também podem conhecer tecnologias do passado, como o saraquá, o canzil, a brocha, a canga, que é uma forma de valorizar a história dos agricultores. "Aliás, muitas dessas ferramentas ainda são usadas hoje, em alguns processos agrícolas", frisa. Como um todo, o espaço destaca o processo do cultivo, os tipos de manejo, o uso de produtos biológicos, o controle de pragas e as doenças e os benefícios dessas plantas para o próprio solo.