

Suplementação é indicada quando há deficiência do mineral no organismo, causando sintomas como cãibras, tremores, fraqueza muscular e fadiga
O cloreto de magnésio é uma das formas mais comuns de suplementação de magnésio, um mineral essencial que faz parte de diversas reações bioquímicas do organismo. Geralmente, o produto é indicado para corrigir ou prevenir a deficiência de magnésio, contribuindo para o bom funcionamento muscular, nervoso, ósseo e metabólico.
De acordo com Beatriz Lugli, nutricionista da Clínica Viver Bem Mais, o magnésio participa de mais de 300 reações bioquímicas no corpo. "Ele é fundamental para produção de energia (ATP), síntese proteica, síntese de DNA/RNA, contração e relaxamento muscular, manutenção da saúde óssea (pois participa da formação da matriz óssea e ainda regula o metabolismo de cálcio e vitamina D), função cognitiva e controle da pressão arterial e função cardiovascular", lista.
Além disso, segundo Patrícia Mirisola, especialista em nutrição de precisão, o cloreto de magnésio pode contribuir para a melhora da recuperação muscular em atletas, oferecer suporte à glicemia, promover o alívio dos sintomas da tensão pré-menstrual (TPM) e de enxaquecas.
Com isso, a suplementação é indicada quando há suspeita ou comprovação de deficiência de magnésio, diagnosticada por exame laboratorial ou por avaliação clínica. Porém, alguns quadros podem aumentar a demanda por esse material, como uso crônico de diuréticos, consumo excessivo de álcool, doenças gastrointestinais com má absorção (como doença celíaca, síndrome do intestino irritável e doença de Crohn), diabetes e estados de estresse metabólico.
"Mas é importante reforçar que é necessária a avaliação médica e nutricional para definir a dose e a forma mais adequada de suplementação", orienta Lugli.
Em fases iniciais, a deficiência de magnésio pode se manifestar de forma sutil, com sintomas como:
- Fraqueza muscular;
- Fadiga;
- Tremores;
- Arritmias cardíacas leves;
- Dificuldade de concentração;
- Dor de cabeça;
- Alterações no sono.
A cãibra noturna é outro sinal de alerta para a deficiência de magnésio, segundo Mirisola, além de alterações neurológicas e comportamentais. "Devido ao papel do magnésio no relaxamento, a deficiência pode se traduzir em ansiedade, irritabilidade e dificuldade em concentrar-se", afirma.
"Há casos mais graves e raros, em que pode haver, concomitantemente, hipocalcemia e hipocalemia (diminuição de cálcio e potássio, respectivamente), já que o magnésio regula o metabolismo desses minerais", afirma Lugli.
A dose e o tempo de suplementação devem ser individualizados, levando em consideração a necessidade e a tolerância gastrointestinal.
De forma geral, as doses variam de 200 a 400 mg de magnésio elementar por dia, podendo ser em cápsulas ou sachês/solução líquida. Segundo Lugli, o cloreto de magnésio tem maior biodisponibilidade (melhor absorção) quando diluído em água e consumido após as refeições.
A suplementação de cloreto de magnésio é contraindicada em pacientes com insuficiência renal moderada a grave (pois os rins são responsáveis por eliminar o excesso de magnésio, e o acúmulo pode levar à intoxicação). Também deve ser evitada em quem faz uso de antibióticos, diuréticos ou medicamentos para o coração, sem acompanhamento médico, pois pode haver interação medicamentosa.
Mas é preciso tomar cuidado com a dosagem. "Como qualquer substância ativa, o suplemento de magnésio pode desencadear reações, que variam de leves a graves, dependendo da dose e da forma utilizada. O principal efeito colateral está ligado à sua ação laxativa, que é mais notória com o cloreto de magnésio e o citrato de magnésio", alerta Mirisola.
Por isso, a suplementação deve ser feita sempre com indicação e acompanhamento de um profissional de saúde.