


Morango e citros são algumas frutíferas em produção no Rio Grande do Sul
De acordo com o Informativo Conjuntural, divulgado pela Emater/RS-Ascar nesta quinta-feira (07/08), há culturas que seguem com a prática da poda, como pêssegos e videiras, outras estão em final de floração, como os citros e ameixa, e outras, em plena produção, como é o caso do morango, cuja maturação dos frutos foi favorecida na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul pelas temperaturas amenas e a boa radiação solar. Há incidência de oídio em muitas lavouras, causando perdas e exigindo dos produtores a intensificação de medidas de controle. Apesar da leve melhora na florada e no desenvolvimento dos frutos, observada no período anterior, a oferta de morango ainda é insuficiente para atender à demanda local. Assim, o mercado do morango continua em alta, e os preços recebidos pelos produtores na comercialização para Ceasas, intermediários e mercados ficaram entre R$ 30,00 e R$ 50,00/kg. Já na venda direta ao consumidor, entre R$ 40,00 e R$ 60,00/kg.
Já na região de Soledade, a cultura do morango está em desenvolvimento de mudas e em produção. O clima do período, com a presença mais intensa de sol, favoreceu os cultivos, o que intensificou a formação e o amadurecimento de frutos, bem como o crescimento das plantas. As condições fitossanitárias estão adequadas e a oferta e a demanda, em equilíbrio.
Na região de Lajeado, em Feliz, a produção de morango está iniciando. Nos cultivos em bancadas, há alguma produção, mas ainda bem baixa. Já nos cultivos direto no solo, os morangos já estão bem formados, e há intensa floração. Os dias ensolarados e a temperatura baixa favoreceram a produção. Os produtores estão comercializando o quilo do morango entre R$ 30,00 e R$ 40,00; e alguns entre R$ 50,00 e R$ 55,00/kg devido ao pico de vendas provocado pela tendência do “morango do amor”.
As plantas de morango apresentam boa floração na região de Santa Rosa, porém a polinização está deficiente, e há muitos frutos deformados, forte presença de doenças, como flor-preta (antracnose). O preço de venda de frutos pequenos é de R$ 20,00/kg, e maiores e padronizados R$ 35,00/kg. A demanda na região também aumentou em razão da sensação do “morango do amor”.
PÊSSEGO - A cultura de pêssego está em fase final de floração na região administrativa de Ijuí, com emissão de folhas e pegamento de frutos. Os produtores finalizam a poda com certo atraso, mantendo um número maior de ramos carregadores, em função do risco de ocorrência de geadas em agosto. Também efetuam a poda e tratamentos fitossanitários nas variedades precoces, que estão em início de floração na região da Serra gaúcha, visando ao controle preventivo de podridão-parda e crespeira-verdadeira. Apenas as variedades precoces começaram o florescimento, mas ainda não plenamente. Os consecutivos dias frios, associados às noites bastantes frias em junho e julho, mantiveram as gemas florais e as plantas por mais tempo em dormência.
Na região de Pelotas, o aumento da floração de diversas cultivares fez com que os produtores acelerassem a finalização da poda e os tratamentos preventivos de inverno, que, neste momento, têm o objetivo de proteger a florada e diminuir a entrada das doenças, principalmente podridão-parda. O frio intenso durante este inverno favoreceu a brotação uniforme das variedades cultivadas, o que deverá se refletir em boa produtividade.
UVA – A prática da poda seca de inverno e os tratamentos de controle de cochonilha-do-tronco nas videiras foram efetuados na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Caxias do Sul, onde os produtores continuam a adubação de inverno. Nas áreas com plantas de cobertura de solo, foi realizado o acamamento da cultura, após a aplicação da adubação. Já na região de Frederico Westphalen, iniciou a brotação das variedades de uva Vênus, Bordô, Niágara Rosada, Niágara Branca, Seyve Villard, Carmem, entre outras. Com isso, foi iniciada a poda e a aplicação de cianamida hidrogenada para a quebra da dormência, uma vez que a demanda mínima de horas de frio já foi atingida. Também estão sendo realizadas as aplicações de nitrogênio e fósforo para iniciar as brotações. Na região de Santa Maria, continuam, principalmente nas videiras, os tratamentos de inverno nas frutíferas por meio do uso de caldas bordalesa e sulfocálcica e das podas de inverno.
CITROS - Sobre a cultura de citros, a mudança na decisão dos Estados Unidos sobre a taxação de produtos trouxe ânimo para a atividade na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, mas ainda não há preço de comercialização das frutas para os agricultores, principalmente de laranja Valência. Algumas variedades de frutas precoces por colher são Salustiana, Iapar e de umbigo, que estão sendo vendidas no comércio in natura a R$ 900,00/t.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, está iniciando a floração dos citros para a próxima safra, com excelente expectativa. Os produtores realizam tratamentos fitossanitários e adubações. Referente à Safra 2024/2025, está em início a colheita das variedades de ciclo médio e tardio. Na de Pelotas, continua a colheita de laranja, e iniciou a de bergamota da cultivar Montenegrina, que apresenta frutos de qualidade com boa valorização de preço, de R$ 1,50 a R$ 2,00/kg para o produtor, para ambas as culturas.
Na região de Lajeado, as condições climáticas têm favorecido a colheita de citros e os tratamentos fitossanitários de inverno. Na maioria dos pomares onde são realizados tratamentos fitossanitários regulares, a incidência de doenças está muito baixa; já em pomares com manejo reduzido, percebe-se a ocorrência de doenças, principalmente pinta-preta. Em São José do Sul, a colheita da bergamota Montenegrina está em andamento, com grande produtividade na maioria dos pomares e com frutos de excelente qualidade. Não ocorreram perdas na produção, diferentemente dos últimos anos. O preço pago e o volume comercializado estão frustrando os citricultores, pois a comercialização está muito mais lenta se comparada com anos anteriores. No município, a caixa de bergamota de 25 quilos é comercializada a R$ 55,00, e a colheita chega a 50% dos 290 hectares implantados.
Em Montenegro, onde se cultiva bergamota Montenegrina em 2.145 hectares, a colheita chega a 15% do volume da safra, e o valor pago pela caixa de 25 quilos é de R$ 45,00 para fruto com haste e folhas, e de R$ 50,00 para frutos sem haste e folhas. A colheita da bergamota Ponkan, cultivada em 120 hectares, alcança 85%, e o preço de venda está em R$ 25,00/cx. de 25 kg. Bergamota Pareci está chegando ao final de safra, atingindo 98% dos 200 hectares do município, e o preço pago é de R$ 20,00/cx. de 25 kg.
Em Arvorezinha, que se destaca na região pela produção de laranja, há 600 hectares, distribuídos entre as variedades Valência de mesa (400 hectares), Valência indústria (163 hectares), umbigo Monte Parnaso (15 hectares), Umbigo Bahia (2 hectares) e outras variedades (15 hectares). Foi registrada incidência de cochonilha-escama-farinha, de ácaro-da-leprose e de ácaro-da-falsa-ferrugem, os quais estão sendo controlados através dos tratamentos de inverno com calda sulfocálcica. A colheita da variedade de laranja Monte Parnaso chega a 85%, e o valor recebido é de R$ 22,50/cx. de 25 kg. Foi iniciada a colheita de Valência de mesa e indústria, que alcança 2% e 3% respectivamente. O valor pago para fruto de mesa está em R$ 22,50 e para a indústria R$ 10,00/cx. de 25 kg.
Em São José do Sul, onde se cultivam 250 hectares de laranja Valência destinada à indústria de suco, está por R$ 10,00/cx. de 25 kg, considerado o valor mais baixo dos últimos anos. Para consumo in natura, o valor é de R$ 35,00/cx. para variedades Umbigo Bahia, Valência e Céu Paulista (do tarde). Ainda em São José do Sul, os citricultores não estão conseguindo comercializar a produção de lima ácida ou limão Tahiti devido à baixa demanda. Alguns produtores comercializaram para suco por R$ 9,00/cx. de 25 kg, preço que não paga a mão de obra da colheita. Em Maratá, a caixa de limão é comercializada a R$ 25,00/cx. de 25 kg, também com dificuldade de vendas.
SAFRA DE GRÃOS DE INVERNO
Trigo - A semeadura foi encerrada e a implantação manteve-se dentro da janela recomendada pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). A maior parte das lavouras encontra em estádio vegetativo, em processo de perfilhamento, com excelente sanidade foliar. A ocorrência de precipitações pela terceira semana seguida, intercaladas por dias ensolarados, contribuíram para o crescimento vigoroso e para a emissão contínua de folhas bem expandidas, indicativo de adequada atividade fotossintética e suprimento nutricional como resultado da umidade ideal do solo para a adsorção das adubações em cobertura.
As lavouras de trigo semeadas mais precocemente estão no final do período vegetativo, nos estádios fenológicos de final do alongamento do colmo e início do emborrachamento; a emissão das espigas deve ocorrer nos próximos dias. Nessas lavouras, a segunda aplicação de adubação nitrogenada em cobertura foi concluída. Algumas áreas, na região Noroeste do Estado, iniciaram o florescimento, mas a proporção em relação à área de cultivo estadual representa menos de meio ponto percentual. A área cultivada no Estado está projetada pela Emater/RS-Ascar em 1.198.276 hectares, e a estimativa de produtividade em 2.997 kg/ha.
Aveia-branca - A grande disponibilidade de radiação solar, anteriormente à ocorrência de precipitações, foi favorável ao processo de fotossíntese da cultura. As lavouras implantadas dentro da janela recomendada pelo Zarc apresentam bom desempenho. Já aquelas estabelecidas antes do período ideal não se recuperaram de forma adequada dos danos provocados pelas geadas ocorridas em julho, e estão sendo gradualmente destinadas ao replantio de outras culturas de cobertura ou de interesse econômico. As chuvas intensas registradas em 02 e 03/08, em algumas regiões, acompanhadas por ventos fortes, provocaram acamamento em algumas áreas em estádios de floração e enchimento de grãos— fases nas quais os colmos tornam-se mais susceptíveis ao tombamento devido ao maior acúmulo de biomassa aérea e alongamento celular. Porém, a extensão dos danos não foi considerada expressiva. A Emater/RS-Ascar projeta o plantio de 401.273 hectares com aveia branca, e produtividade de 2.254 kg/ha.
Canola - A cultura da canola apresenta desenvolvimento vegetativo e estruturação satisfatórios, mesmo em áreas de baixa densidade de plantas, em decorrência do excesso de chuvas no pós-plantio e na emergência. Nesses cultivos, tem ocorrido emissão compensatória de ramos secundários, característica fisiológica que contribui para manter o potencial produtivo próximo ao inicial. O aumento de áreas em floração e a presença de polinizadores, como abelhas, contribui de forma positiva para a formação de síliquas, reforçando a importância da integração entre práticas agrícolas e apícolas. A sanidade das plantas permanece apropriada, sem registros relevantes de pragas ou doenças. A Emater/RS-Ascar projeta o cultivo de 203.206 hectares, e produtividade de 1.737 kg/ha.
Cevada - A regularidade das precipitações, a partir do final do primeiro decêndio de julho, favoreceu o crescimento vegetativo uniforme das lavouras de cevada cervejeira, resultando em padronização no porte das plantas e elevada densidade populacional, observada pelo expressivo número de afilhos por planta. Essas condições contribuirão para a manutenção do potencial produtivo elevado, desde que mantidos os manejos, nutricional e fitossanitário, adequados.
Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Erechim, as lavouras de cevada apresentam desenvolvimento vegetativo, estande e vigor apropriados. As práticas de manejo concentram-se na aplicação preventiva de fungicidas, especialmente visando ao controle de doenças foliares. Já na de Ijuí, o desenvolvimento vegetativo está propício, com estande uniforme e crescimento compatível ao estádio fenológico atual. Os produtores estão em fase de finalização da adubação nitrogenada em cobertura.