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Publicado em 02/02/2024 10:00:29 • Agronegócio

Soja mantém desenvolvimento favorável no RS

A presença de ferrugem-asiática preocupa produtores de lavouras mais adiantadas
Lavouras na região de Santa Rosa (Fotoo: Valmir Thume / Emater/RS-Ascar)

Com plantas bem desenvolvidas, a cultura da soja exibe desenvolvimento favorável em todas as regiões produtoras do Rio Grande do Sul

Até o momento, não foram registrados fenômenos de acamamento, e as folhas basais permanecem intactas. De acordo com o Informativo Conjuntural divulgado nesta quinta-feira (01/02) pela Emater/RS-Ascar, as lavouras de soja conservam seu potencial produtivo, apesar da baixa umidade no solo, especialmente em áreas com pouca cobertura de palha, nos solos de menor profundidade e nas topografias onduladas. Nesse contexto, o aumento das temperaturas está ocasionando maior evapotranspiração, resultando em alguns sintomas de deficiência hídrica nos períodos mais ensolarados; porém, ainda não comprometem a produtividade.

Na Região Oeste do Estado, a presença generalizada de ferrugem-asiática (Phakopsora pachyrhizi) preocupa os produtores de lavouras mais adiantadas, que estão com as entrelinhas fechadas. Estão sendo realizadas aplicações robustas, combinando princípios ativos que atuam em múltiplos sítios metabólicos do fungo, visando aumentar a eficácia do tratamento e reduzir a probabilidade de desenvolvimento de resistência. No entanto, é necessária uma análise criteriosa, pois as constantes quedas na cotação da soja tendem a reduzir a lucratividade, considerando a recorrência nas aplicações e a demanda por fungicidas de maior valor.

MILHO - o milho teve a colheita intensificada, beneficiada pelas condições climáticas secas e quentes dos últimos períodos. Essas condições propiciaram a realização da colheita com a umidade dos grãos dentro dos padrões ideais de corte, ou seja, abaixo de 18%. A área colhida alcançou 41%, e a produtividade das lavouras continua apresentando grande variabilidade, impactando de forma negativa a média do Estado.

Além dos problemas relacionados ao excesso de umidade durante o desenvolvimento do milho, muitos produtores mencionam que as espigas estão pequenas e apresentam falhas significativas relacionadas a problemas na polinização. Nas áreas mais afetadas por doenças e pragas de difícil controle, as perdas são expressivas, incluindo dificuldades no recolhimento das espigas em função do tombamento das plantas.

Houve pequeno avanço no plantio do milho (1%), que chega a 98% da área projetada para o RS nesta safra, influenciado pela redução da umidade no solo em parte do Estado e pelas áreas de resteva, originalmente reservadas para o plantio, que, devido à preservação fitossanitária, foram destinadas à cultura de soja ou feijão 2ª safra.

MILHO SILAGEM - Houve continuidade no cultivo de novas áreas, alcançando 97% da projeção inicial. O processo de colheita e ensilagem de planta inteira avançou mais rapidamente, devido às condições ambientais mais secas, refletindo na redução da umidade, tanto na massa vegetal a ser ensilada quanto nos grãos. A área colhida corresponde a aproximadose 50% da extensão cultivada. A produtividade estimada é de 39.088 kg/ha, podendo haver redução em algumas regiões, onde os cultivos foram afetados por excesso de chuvas, ventos, pragas e moléstias.

Na região administrativa da Emater de Bagé, na Campanha, os produtores de milho destinado à silagem devem iniciar a colheita nas próximas semanas, se não chover, favorecendo os processos de corte, transporte e compactação do material nos silos. Em algumas propriedades, em função da diminuição dos níveis de umidade no solo e da previsão de tempo seco, o corte deverá ser efetuado em breve, para evitar o ressecamento das folhas e a perda do ponto ideal de colheita nas lavouras em fase mais avançada do ciclo.

FEIJÃO 1ª SAFRA - O plantio de 1ª safra foi finalizado. Prosseguiram as atividades de manejo e de cultivo na região Nordeste do Estado, bem como a colheita nas demais regiões produtoras. A predominância de condições meteorológicas estáveis, durante a semana, propiciou a realização da operação, contribuindo para aprimorar a qualidade do produto colhido. A projeção de produtividade é de 1.775 kg/ha.

Na região administrativa da Emater de Caxias do Sul, as lavouras de feijão  demonstram bom desenvolvimento inicial; as primeiras áreas semeadas estão em fase inicial de floração. Os níveis de umidade no solo encontram-se adequados, e a temperatura amena favorece a cultura, especialmente nas áreas que iniciaram o processo de floração. Na de Pelotas, prosseguiu a colheita e, em Morro Redondo, um dos municípios produtores, já foi concluída. A situação das lavouras restantes é variável, com algumas lavouras com desenvolvimento adequado e carga significativa de vagens, enquanto outras áreas estão propensas a apresentar produtividades abaixo das expectativas.

ARROZ - O período foi caracterizado por excelente incidência de radiação solar, proporcionando benefícios diretos à cultura, especialmente nas áreas em fase de emborrachamento, emissão de panículas e floração. Adicionalmente, a baixa umidade relativa beneficiou a sanidade das lavouras, estabelecendo condições propícias para seu desenvolvimento. Apesar das condições consideradas favoráveis, observou-se intensa atividade de aeronaves agrícolas, dedicadas à aplicação de fertilizantes nitrogenados e, principalmente, à pulverização de fungicidas para a proteção da cultura contra doenças foliares e de panícula.

OLERÍCOLAS E FRUTÍCOLAS

Mandioca - Na região administrativa da Emater de Soledade, a redução das chuvas e a maior incidência de radiação solar foram benéficas para o bom desempenho da cultura, aumentando o porte e acumulando reservas de amido nas raízes. O aspecto geral das lavouras é considerado adequado. Porém, há falhas de plantas em algumas lavouras devido ao excesso de umidade do solo, causando morte de plantas recém-emergidas por bacteriose. A cultura tem boa tolerância à deficiência hídrica e baixa tolerância ao excesso de umidade, que provoca podridão radicular.

Citros - Na região dos vales do Caí e do Alto Vale do Taquari, onde se concentra a maior parte dos pomares, os citros de mesa estão em entressafra. Em apenas alguns municípios, ainda há frutas provenientes da conservação em câmaras frias e de pomares que produziram fora da época normal – frutas temporãs – em função dos desequilíbrios causados pelos três anos consecutivos de estiagens e pelo excesso de chuvas, provocado pelo El Niño. A única fruta cítrica ainda em colheita, em seu ciclo normal, é a lima ácida Tahiti, que floresce e produz frutos praticamente o ano todo.

As condições climáticas, até o início de janeiro, foram muito desfavoráveis para o adequado florescimento e pegamento dos citros. Além da ação direta do tempo desfavorável, o excesso de chuvas não permitiu os tratamentos fitossanitários ideais para evitar as principais doenças do período, ocasionando demasiada queda de frutos jovens, antes do pegamento definitivo. Como consequência, há menor número de frutos por árvore, reduzindo a expectativa de produtividade, especialmente de laranja. Para as variedades de bergamota, há menor volume de raleio, mas é possível que não afete a produtividade de frutas maduras. Mesmo assim, alguma redução não deve ser descartada, já que ainda não é possível definir potenciais perdas de produtividade.

PASTAGENS E CRIAÇÕES

A situação das pastagens está favorável, caracterizada por campos nativos com rebrote saudável e boa oferta de pastos cultivados. Esse cenário beneficia diretamente as atividades pecuárias. Algumas regiões já relatam impactos devido à baixa umidade do solo.

PESCA ARTESANAL

Na região administrativa da Emater de Pelotas, em Rio Grande, os pescadores da Lagoa dos Patos estão realizando a manutenção em redes e embarcações, aguardando a liberação da safra do camarão. No entanto, devido às enchentes, há preocupações quanto à presença do crustáceo. Embora haja relatos de pesca de corvina e tainha, a baixa comercialização gera apreensão entre os pescadores. Em São Lourenço do Sul e São José do Norte, a proximidade da abertura da safra do camarão gera pessimismo em razão do grande volume de chuvas, que impede a entrada de água salgada na lagoa. Em Tavares, na Lagoa do Peixe, a pesca do camarão teve início em 03/01, mas o crustáceo está menor em tamanho e quantidade, em comparação às safras passadas. Na região de Santa Rosa, as atividades pesqueiras continuam suspensas pelo defeso.

Fonte: Adriane Bertoglio Rodrigues / Emater/RS-Ascar
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