


O professor coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Tecnologias Sustentáveis (PPGATS) da UFFS–Cerro Largo, Fernando Henrique Borba, foi contemplado com uma Bolsa de Produtividade concedida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A bolsa vai financiar, a partir de março de 2021, o projeto intitulado "Degradação de contaminantes químicos emergentes presentes em lixiviados de aterros sanitários (LAS) por processos de Eletro-Oxidação Avançada (EOA) e Oxidação Aeróbica (OBA)".
Segundo o professor, o lixiviado é uma água residuária de alta periculosidade para os seres humanos, pois apresenta características tóxicas, mesmo em baixas concentrações. "Ele pode afetar diretamente a saúde pública, provocando a possibilidade de incidência de câncer, ansiedade, depressão e hiperatividade. Devido à complexidade das características do LAS, é necessário o tratamento eficiente e adequado para minimizar os impactos ambientais causados no descarte em corpos hídricos", explica Fernando.
Assim, o projeto pretende, após identificar os principais contaminantes presentes no LAS, apresentar um sistema integrado de tratamento reduzindo os efeitos tóxicos, possibilitando, um descarte adequado e seguro no meio ambiente. "Com o desenvolvimento deste trabalho espera-se apresentar uma técnica inovadora maximizando uma melhora na qualidade das águas, solos e da sociedade afetada na região das Missões".
Segundo parecer técnico do CNPq, "estudos que envolvam tecnologias de tratamento de lixiviados com alta eficiência são bastante relevantes, visto que a remediação desse efluente é um dos desafios da mitigação dos impactos causados pela disposição de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) em aterros sanitários. O tema do projeto contribui para o desenvolvimento cientifico e tecnológico na área de tecnologias de tratamento visando a remoção de compostos refratários em lixiviados. (...) o projeto é relevante e será uma contribuição significativa para a área tratamento de efluentes no Brasil".
Além da importância do estudo para a região missioneira, a bolsa de produtividade é uma das mais prestigiadas entre os pesquisadores pois, conforme argumenta o professor, "a contemplação é indicativo que a nossa Universidade proporciona estruturas e condições de trabalho para o desenvolvimento de pesquisas científicas a nível mundial", orgulha-se.
Para a carreira do professor também é de alta relevância. "É uma enorme satisfação, posso dizer que é mais um sonho realizado profissionalmente. Faz três anos que vinha tentando ser contemplado neste Edital (Bolsa de Produtividade em pesquisa), e graças a Deus e a dedicação/comprometimento do trabalho na pesquisa, este ano fui agraciado. Este resultado é proveniente de um grupo de trabalho. Ter os alunos que tenho e já tive trabalhando comigo foi um dos principais fatores que levaram a esta conquista, sou imensamente grato a todos eles", conclui Borba.
Fernando é o segundo pesquisador a ganhar essa bolsa no Campus Cerro Largo. O primeiro foi o professor da área de Física Tiago Vecchi Ricci, em 2017.