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Publicado em 26/09/2025 18:33:59 • Saúde

Ministério da Saúde amplia acesso à mamografia

Mulheres entre 40 e 49 anos também terão acesso à mamografia pelo SUS
Imagem meramente ilustrativa (Foto: Canva)

Ministério da Saúde amplia acesso à mamografia pelo SUS para mulheres de 40 a 49 anos. Veja o que dizem as entidades médicas e especialistas

O Ministério da Saúde anunciou que mulheres entre 40 e 49 anos também terão acesso à mamografia pelo SUS. A recomendação é que mulheres a partir dos 40 anos realizem o exame sob demanda, em decisão conjunta com o profissional de saúde.

"Garantir a mamografia a partir dos 40 anos no SUS é uma decisão histórica. Estamos ampliando o acesso ao diagnóstico precoce em uma faixa etária que concentra quase um quarto dos casos de câncer de mama. Enquanto alguns países erguem barreiras e restringem direitos, o Brasil dá o exemplo ao priorizar a saúde das mulheres e fortalecer o sistema público", afirmou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ao anunciar a medida na terça-feira (23/9).

Antes da nova recomendação, as mulheres dessa idade só conseguiam realizar o exame na rede pública de saúde caso tivessem histórico familiar da doença ou já apresentassem sintomas. Apesar disso, as mamografias no SUS em pacientes com menos de 50 anos representam 30% do total, de acordo com o Ministério da Saúde.

O câncer de mama, tumor que mais mata mulheres no país, está associado ao envelhecimento e é mais comum em mulheres dos 50 aos 74 anos (60% dos casos, segundo o Ministério da Saúde). Ainda assim, mulheres entre 40 e 49 anos concentram 23% dos casos da doença.

 

Nova recomendação para mamografia

Até o anuncio de terça-feira, o protocolo oficial do Sistema Único de Saúde (SUS) orientava a mamografia para rastreamento apenas para mulheres de 50 a 69 anos, a cada dois anos, mesmo sem sinais ou sintomas.

Agora a recomendação passa a ser:

40 a 49 anos: acesso garantido ao exame, sem rastreamento obrigatório a cada dois anos;

50 a 74 anos: rastreamento populacional bienal;

Acima dos 74 anos: decisão individualizada, de acordo com comorbidades e expectativa de vida.

O objetivo da iniciativa é ampliar o diagnóstico precoce da doença, que vem aumentando em jovens.

 

Mamografia na Saúde Suplementar

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) também recomenda, desde março, exames de mamografia para mulheres a partir dos 40 anos.

Segundo a agência, a resolução vai ao encontro da recomendação de entidades médicas e faz parte do seu Manual de Boas Práticas.

Foi a primeira vez que a ANS criou uma diretriz em relação à faixa etária de rastreamento. Embora todas as mulheres pudessem fazer mamografia com um pedido de um médico, antes da resolução muitos planos recusavam o exame para mulheres com menos de 50 anos.

 

Entidades médicas

A mudança segue uma tendência global de antecipar o rastreamento da doença. Estudos científicos mostram que iniciar acompanhamento aos 40 anos e realizar exames a cada um ou dois anos pode reduzir significativamente as mortes por câncer de mama.

A Sociedade Americana do Câncer (ACS, do inglês) indica a mamografia anual a partir dos 40 anos. A Organização Mundial da Saúde (OMS), por sua vez, recomenda o rastreamento mamográfico bienal para mulheres entre 50 e 74 anos,

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) já defendiam a realização anual do exame a partir dos 40 anos.

O Instituto Nacional do câncer (Inca) recomenda que o rastreio para o câncer de mama seja iniciado a partir dos 50 anos. Em entrevista à Agência Brasil em fevereiro, o diretor-geral do instituto, Roberto Gil, afirmou que não havia discussão sobre os benefícios do diagnóstico precoce, mas sim sobre a efetividade de baixar a idade para o início dos exames de rastreamento para todas as mulheres, quando não há sintomas ou suspeita da doença.

"Nossa questão não está baseada na incidência da doença abaixo dos 50 anos, mas nas fortes evidências de que o rastreamento abaixo de 50 anos não tem sensibilidade, aumentando o risco de sobrediagnóstico e de maior número de intervenções, sobrecarregando todo o sistema de Saúde", afirmou.

 

Por que as divergências nas recomendações?

Para entender a divergência nas recomendações e por que o Ministério da Saúde demorou para adotar a recomendação é preciso compreender que políticas públicas em saúde não levam em conta apenas evidências científicas, mas também a relação custo-benefício de se adotar determinada medida.

Orientações que podem aumentar significativamente os gastos públicos limitados mas que não beneficiem a maior parte das pessoas podem valer do ponto de vista individual, mas nem sempre justificam a adoção para a população geral.

Esse é o caso da indicação da mamografia, um exame que tem custos e pode levar a outros exames desnecessários, em caso de resultados falso-negativos.

No entanto, diante das evidências do aumento da doença em mulheres mais jovens, cada vez mais sociedades médicas e especialistas do Brasil e do mundo estão recomendando que mulheres a partir dos 40 anos iniciem o rastreamento com mamografia.

Fonte: Mariana Varella / UOL
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