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Publicado em 03/10/2020 13:23:29 • Esportes

Corrida Virtual: comodidade, conforto e flexibilidade

Tecnologia é uma aliada ao novo modo de organização das provas de corrida
Afonso Bruno Ducatto e Rodrigo Rambo Petri (Fotos: Arquivos Pessoais)

A pandemia do novo coronavírus (Covid-19) teve impactos expressivos sobre a vida das pessoas. Um desses impactos foi a suspensão temporária de atividades presenciais no cenário esportivo.

Neste panorama de isolamento, foi preciso que atletas deixassem de lado a rotina tradicional e se adaptassem a uma nova realidade - o que pareceria não compreender tarefa fácil, mas necessária, frente à ideia de 'não parar' a sua atuação como esportista.

Organizadores das mais diferentes modalidades precisaram reinventar a prática e movimentar atletas para o clima de participação e interação, mesmo diante de protocolos de segurança recomendados. A Corrida para a Paz, realizada todos os anos em Brasília, por exemplo, em 2020 ganhou o formato virtual, e aconteceu, no período de 1º a 9 de agosto, mobilizando quase dois mil inscritos de todo o país, e com mais de oito mil visualizações.

A tecnologia, assim, aportou como uma aliada ao novo modo de organização e exercício do atleta. E a Corrida Virtual trouxe um renovado alento a quem vivia diante da possibilidade de privação, por um incerto tempo, à prática esportiva e à disputa, na sua modalidade.

A Corrida Virtual acontece na comodidade e no horário priorizado pelo atleta. Pode ser na sala de estar, na garagem de casa, na esteira, no asfalto, ou outro lugar - em horário e dia, dependendo do interesse e disponibilidade do esportista; desde que a distância percorrida e o tempo sejam rigorosamente comprovados. Para a participação à Corrida Virtual é preciso apurar sobre a prova, realizar a inscrição e proceder à escolha do material a ser recebido.

O exercício precisa ser comprovado aos organizadores. Se feito na esteira, por exemplo, uma foto do painel pode evidenciar prova de tempo e distância. Outras formas de comprovação aceitas são o parâmetro de dados via GPS e a sincronização via aplicativo de participante. O Strava é um aplicativo para a publicação da atividade, com prazo do desafio e performance, para a garantia de veracidade e responsabilidade com a Corrida Virtual. Toda a cronometragem passa por uma avaliação técnica, pela comissão organizadora, que compara o resultado atual ao histórico do esportista, considerando os seus últimos anos. Se o resultado sinalizar ‘fora da média’ de resultados do atleta, o mesmo pode ser desclassificado.

Frente a esta oferta de executar uma corrida em formato adaptado ao momento, os corredores, além da oportunidade de aderirem um conhecimento novo, visualizaram comodidade, conforto e flexibilidade. Foi assim que migrar para o mundo virtual significou encontrar nova disposição à atividade e à competição, também, para atletas cerro-larguenses, que decidiram tornar a Corrida Virtual o mais próximo possível àquela a que estavam habituados a realizar, nas ruas.

Assim como o tema do desafio aqui tratado, uma entrevista se deu no formato virtual, com dois destes corredores, Rodrigo Rambo Petri e Afonso Bruno Ducatto, que nomearam os demais participantes cerro-larguenses, das últimas edições de Corrida Virtual, com destaques significativos: Roberto Jaeschke (Beto), Moisés Caetano e Valmir Paulo Welter.

A motivação à prática da Corrida Virtual, para Petri (42), atleta e presidente da Associação Cerro-larguense de Corredores de Rua (ACELCOR), está na importância de movimento e reinvenção, em tempos de crise: "muito importante, pois faz com que os atletas não se acomodem, continuem treinando, normalmente; focados, competindo e prontos pra volta".

Também para Afonso Ducatto (60), o incentivo à participação veio da oportunidade oferecida aos corredores, para que se mantivessem no treinamento, mesmo com a suspensão das competições presenciais: "o corredor amador deve se manter treinando com o principal foco em benefícios que as corridas trazem para a saúde física, como redução da gordura corporal, aceleração do metabolismo, fortalecimento dos músculos, melhora da qualidade do sono e muitos outros". O atleta, ainda, demonstrou que o seu interesse em participar das corridas tem atenção à saúde mental, como meio de diminuir o estresse e a ansiedade, vindos com a pandemia e os sofrimentos do cotidiano: "a corrida é um antídoto para o mau-humor e leva a novas amizades. Mesmo sendo um contato virtual, você acaba conhecendo corredores de todo o Brasil, até mesmo de outros países".

Os atletas de Corrida Virtual participam com a União dos Corredores de Rua de Santa Maria (UCRSM), cujo site organiza e divulga corridas há muitos anos. Petri especificou: "no meu caso, corro na esteira, ou em local isolado, com relógio, com GPS ou aplicativo de celular e mando o resultado para a organização". Petri expôs, ainda, sobre a sua participação em uma corrida por mês, num total, até hoje, de seis edições de Corrida Virtual, pela UCRSM, "Já fiz quase todas as distâncias de 5km ,10km, a Meia Maratona 21km, até a Maratona 42/192 km, na 6ª Corrida Virtual, da qual fui campeão, na semana passada", comenta.

Ducatto participou de cinco edições, na modalidade Corrida de Rua Solo, e a considera a mais popular da Corrida Virtual, sendo as distâncias sugeridas de 2km, 5km, 10km, 21km e 42km. O atleta considerou: "esse tipo de corrida é realizado individualmente nas vias urbanas pavimentadas ou nas estradas de chão do interior, não podendo ser em pista de atletismo".

A classificação é feita pelo melhor tempo e as premiações acontecem por categorias. Segundo Ducatto, "na categoria geral, são classificados os cinco melhores tempos da corrida, não importando a idade do corredor. As demais premiações são dadas aos cinco melhores tempos de cada categoria, por faixa etária, iniciando a partir dos 15 anos, separadas de cinco em cinco anos. No meu caso, participo da categoria 60/65 anos. Esta premiação é de medalhas e troféus, que são enviados ao atleta, via correios".

Perguntados sobre a previsão de volta às corridas normais, como o Circuito Regional de Corridas de Rua, e o retorno das provas, cheio de confiança, Ducatto expressou: "estamos na expectativa que as coisas melhorem e voltem ao normal, ou a um ‘novo normal’ e que possamos retornar, o mais breve possível, no próximo ano".

E Petri finalizou: "por enquanto não, por ser um evento que envolve pessoas de todas as regiões do Brasil, e por contar com muita aglomeração. Já Encarnación, no Paraguai, está fazendo um estudo pra fazer a Meia Maratona deles, no segundo fim de semana de dezembro. Mas acho muito difícil sair alguma prova, neste ano".

Assim, a difícil tarefa de se adaptar a uma nova realidade se transformou em motivação extra na promoção de um estilo de vida saudável e ativa, via proposta de Corrida Virtual, que tem crescido em número de adeptos, dispostos a continuarem competindo e vivendo as emoções das provas, neste momento nebuloso vivido pelo país.

Fonte: Ana Clara Schneider Ribeiro, graduanda em Jornalismo pela UNIPAMPA - Campus São Borja
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