


Gafanhotos não são novidade na história de Cerro Largo: já nos primórdios da então Colônia Serro Azul, no começo do século passado, os primeiros moradores já tiveram de enfrentar o problema, conforme relato retirado do livro A História de Cerro Largo, de Miguel José Dewes.
Numa das passagens do livro, assim é registrado:
"É verdade que o começo foi difícil. Peste, saúva, queimadas, gafanhotos provocaram o desânimo da brava gente. Mas, sob o lema Viribus Unitis (*), os pioneiros tornavam a recuperar-se".
Mais adiante, Miguel José Dewes escreveu:
"O Bauerverein foi o primeiro a fornecer socorros. Mandou, de Ijuí, alimentos e dinheiro que depois compensados ou restituídos mediante serviços em estradas. No entanto, as larvas dos terríveis gafanhotos começaram a alar-se, obrigando os colonos a uma verdadeira batalha que travaram em comum, utilizando, para afugentá-los, latas e fogo. Construiram tapumes e taipas. Os 'intrusos' criaram dificuldades. Eram supersticiosos e diziam: 'Deus nos mandou os gafanhotos, não nos é lícito destruí-los'. Assim, os colonos tiveram que aguentar sozinhos".
* Do latim, significa "juntando forças".