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Publicado em 11/12/2021 11:00:39 • Educação

História missioneira nas escolas gaúchas

Projeto para ensinar a história missioneira, em todo o RS, foi lançado nesta semana
Nara Damião. Álvaro Theisen, José Roberto de Oliveira e Rosa Souza (Foto: Divulgação)

Com o objetivo de qualificar o ensino do tema Missões Jesuítico-Guarani nas escolas do Rio Grande do Sul, fomentando (qualificando) os alunos a agirem como influenciadores (multiplicadores) da escolha do destino turístico dentro da família e também em um elemento de preservação patrimonial das Missões Jesuítico-Guarani junto à sua comunidade, foi lançado na manhã de terça-feira (7/12) em uma live com a participação da coordenação do Grande Projeto Missões e professores da Unisinos, além de autoridades das áreas políticas e educacional, regionais e estaduais o projeto Educação do tema Missões Jesuítico-Guarani nas escolas do RS.

Em tempos de reformas educacionais profundas e apressadas no Brasil, como o Novo Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular, a história regional mantém o seu vigor e ter uma disciplina para estudar a História das Missões nas escolas das redes pública e privada em todos os municípios do Rio Grande do Sul foi tema de uma live com a participação de técnicos da Unisinos e coordenação do Grande Projeto Missões.

Com as inúmeras mudanças que ocorreram no mundo e no Brasil nos últimos anos, a escola deixou de ser atraente para muitos alunos. Como consequências, por exemplo, vemos o aumento da evasão escolar, da violência e dos índices de reprovação. Vários fatores ajudam a entender este fenômeno. Um deles é o ensino de conteúdos desvinculados do cotidiano dos estudantes. O ensino de história, neste sentido, não é uma exceção. Muitas vezes, os conteúdos abordados em sala de aula ou nos materiais didáticos privilegiam uma História bastante distante da realidade de boa parte daqueles que estão em sala de aula.

A história regional, constitui-se em uma maneira de abordar a História, de fazer (no sentido de escrever/produzir), que, neste caso, dá especial atenção ao uso das fontes regionais. Sua preocupação se volta para um espaço regional, que não necessariamente esta "associado a um recorte administrativo ou geográfico, podendo se referir a um recorte antropológico, a um recorte cultural ou a qualquer outro recorte proposto pelo historiador de acordo com o problema histórico que irá examinar". Seu interesse central é observar este espaço regional ou as relações sociais que ocorrem em seu seio. Após esse procedimento adota-se a comparação com "outros espaços similares" ou insere o regional em um "um universo maior".

GRANDE PROJETO MISSÕES

O Grande Projeto Missões é um movimento de voluntários que está trabalhando em prol do resgate histórico das Missões Jesuítico-Guarani e criando uma onda positiva e inovadora nas comunidades locais. Coordenado pelo engenheiro Álvaro Theisen, conta com centenas de apreciadores e colaboradores no Brasil e em outros países. A história regional é uma ferramenta metodológica importante para compreensão do mundo no qual o aluno está inserido. Um dos pilares básicos em que foi estruturado o Grande Projeto Missões é da qualificação do ensino do tema Missões Jesuítico-Guarani nas escolas do Rio Grande do Sul, que tem na coordenação a professora Nara Damião e conta com a experiência e conhecimento do historiador José Roberto de Oliveira. Este projeto será desenvolvido em parceira com as Coordenadorias Regionais de Educação, representadas na live pela professora Rosa Souza da 14ª CRE/Santo Ângelo, além das Secretarias Municipais de Educação, AMM (Associação dos Municípios das Missões) e a Unisinos.

Participantes deste projeto acreditam que o ensino da história regional deve contribuir para a formação de uma identidade que valorize as experiências vivenciadas pelos alunos e que faça com que estes reconheçam-se como agentes sociais de um mundo que pode ser transformado – tornando-se, portanto, cidadãos. A partir da perspectiva do ensino da história missioneira é possível introduzir o aluno de modo ativo na sociedade a qual de fato pertencem, levando- a entender o quanto de sua vida é construída e o quanto de elementos externos ele tem dentro de si. É neste campo mais restrito que as relações sociais aparecem com maior nitidez – e no qual podemos distinguir com mais clareza a construção das identidades sociais e dos sentimentos de pertencimento. Ao mesmo tempo, é a partir desta chave que se pode resgatar experiências coletivas e particulares ligadas a um determinado espaço geográfico, seja o regional ou o local. A identidade, afinal, é construída a partir da História Regional. Mais ainda, a história regional e a identidade nos auxiliam a dar eco às múltiplas possibilidades da vida cotidiana e sentido aos diversos mundos possíveis. Desta forma, a História Regional deixa de ser um mero conteúdo – ela se transforma em recurso didático.

Importante enfatizar que o conceito de identidade social compreende os conceitos de identidade cultural e identidade étnica, estando ambas ligadas a um território e a um passado coletivo, nas Missões tratando-se de cerca de 400 anos de história. O apego à região passa pela infância e pelo contato do indivíduo com a família e com a sua vizinhança, pela assimilação das tradições, cultura, pelas crenças e pelos costumes, entre outros elementos. Desta forma, enfatizar a História Regional permite aos alunos um contato com suas raízes e com o passado da sua comunidade, definida por uma série de fatores acumulados ao longo das gerações.

Cabe ainda destacar que a história regional serviria para desenvolver a consciência cívica, a integração e a intervenção na comunidade; valorizar aspectos comuns e diferenças que podem diminuir rivalidades locais; despertar o amor à terra e perceber que a nação é feita de partes que devem ser descobertas e expostas ao todo.

Acreditamos que não há uma fórmula pronta, é preciso contar com cada professor, famílias, alunos e estudiosos do assunto, sobretudo por aqueles professores que se predispõem a fazer uso da história das Missões em sala de aula. Mas, se há uma coisa que todos podem fazer, é aceitar o desafio de estimularem os alunos a produzirem as suas próprias histórias. Só assim se poderá dar voz aos "novos" personagens da narrativa historiográfica, fazendo com que não apenas a escola e a história façam sentido, mas também este "Orgulho de Ser Missioneiro".

VÍDEO NA INTERNET

Nara Damião, coordenadora da Temática Educação, no Grande Projeto Missões convida a todos para que assistam o vídeo do lançamento que está no Youtube (AQUI), acompanhem as explicações sobre a importância deste projeto, as palestras que despertam a vontade de estudar o tema, pois "independente da área de ensino essa é uma causa de todos os missioneiros", reitera a professora Nara que está visitando os 26 municípios da região, levando o tema Missões em Sala de Aula a ser discutido por autoridades e professores.

Fonte: Izabél Cristina Ribas / Assessoria AMM
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