


Com a escalada do novo coronavírus no mundo, medidas de isolamento social foram amplamente adotadas pelos governos para conter o vírus. A exceção são os setores considerados essenciais, como o da saúde, que fica na linha de frente. Agricultura e transporte também entram nessa categoria, evitando uma crise de abastecimento para 7,7 bilhões de pessoas.
Em comunicado, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirmou que "se faltarem alimentos ou se houver irregularidades no abastecimento, a saúde das pessoas será afetada e a própria harmonia social, que tanto precisamos nessa hora, será atingida".
Tendo isso em vista, os esforços para que não haja desabastecimento são grandes.
AGRICULTURA FAMILIAR
Perda de estoques, prejuízos financeiros e incertezas com relação a safras futuras estão entre os problemas enfrentados pelo setor da agricultura familiar em tempos de pandemia.
Os impactos decorrem da suspensão de contratos de compra, fechamento de restaurantes e lanchonetes e mudança de hábitos do consumidor durante a quarentena.
A agricultura familiar emprega cerca de 10 milhões de pessoas, das 15,1 milhões que trabalha no setor agropecuário brasileiro, segundo dados do Censo Agropecuário do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
De acordo com a ANA (Articulação Nacional da Agroecologia), organização social que atua no segmento, a interrupção do fornecimento de merendas escolares, a suspensão de feiras e o fechamento de pizzarias, restaurantes e lanchonetes, que compram diretamente dos pequenos produtores locais, representaram um duro golpe em sua receita.
Cabe destacar que a agricultura familiar no Brasil é a principal produtora dos alimentos que vão para mesa dos brasileiros.
TRANSPORTE E LOGÍSTICA
Todos os setores enfrentam um desafio enquanto o vírus se espalha pelo globo. Com a logística e transportes não é diferente. Essa área foi diretamente impactada, entretanto teve que se readequar rapidamente. Afinal, os transportes representam uma atividade essencial para toda sociedade.
Em um cenário de crise mundial, indústrias e transportadoras estão tendo que se reinventar para não serem abaladas pela pandemia. Novos processos de prevenção e cuidados foram implementados dentro da atividade de transporte, tanto no despache quanto na entrega.
QUEDA NA DEMANDA
O transporte rodoviário de cargas também está sofrendo as consequências da pandemia da covid-19. O fato pode ser confirmado pela Pesquisa de Impacto do Coronavírus no TRC, feita pela NTC&Logística, que tem como intenção monitorar o impacto no volume de cargas imposto durante a pandemia. A pesquisa é atualizada todas as segundas-feiras e será feita enquanto durar o período de isolamento. Os resultados da apuração do período de 6 a 12 de julho de 2020 indica que a demanda geral do transporte rodoviário de cargas caiu 27,18%.
A carga fracionada caiu 21,77%, enquanto a carga lotação registrou queda de 30,9%.
A pesquisa, que já está em sua 17ª semana, mostra que a demanda de carga geral, na semana entre os dias 13 e 19 de abril, chegou a ter uma queda de 45,2%.
Além disso, entre os dias 6 e 12 de julho, 83% das empresas perderam faturamento.